Tenho para mim que vou perder leitores com este texto, mas que se há de fazer?

Sou um gajo desportivamente feliz nos dias que correm.

Ora, quem vos escreve é sportinguista nato e se por um lado eu e o os meus parceiros lagartos andamos escondidos durante 20 anos por ausência de títulos, hoje é com orgulho que se sai á rua vestido de verde e branco.

Ja passei a fase alérgica em que espirrava não porque era tempo de constipações mas porque os adereços do clube estavam cheios de pó derivado do seu desuso.

Alegrias á parte, actualmente ando a sofrer de um mal pior.

Ver o meu Sporting ir ao Marquês de forma mais regular é bom, ganhar jogos e bater recordes é fantástico, ter jogadores de classe mundial um orgasmo mental autêntico, todavia, todas as semanas andar a espetar 3,4,5 ou 6 de cada vez começa a ser stressante e a afectar o meu quotidiano.

Até há bem pouco tempo, quando vinha os jogos da Champions olhava com alívio, pois pensava eu que ia ter descanso de golear alguém, ainda pra mais quando nos aparece um clube como Manchester City, campeão europeu, com melhor equipa do mundo, pertencente á melhor liga do mundo pela frente.

Mas pelos vistos nem contra estes nos descorámos de banalizar mais uma vez como se de um jogo da taça de Portugal se tratasse.

Conto vos alias que aproveitei a ocasião para fazer depilação ás costas enquanto o Sporting jogava contra o City achando eu que sofreria a dor toda num dia só.

Porem a senhora que me massajou as costas com cera a ferver fez questão de me deixar descontraído (achando ela) ao me perguntar se era sportinguista e assim assistia ao jogo enquanto me rapavam por trás.

O jogo inicia e a minha sessão depilar tambem.

Eu ja esperava gritar de dor com as bandas de cera quente a esquartejarem me o lombo como se de um castigo romano se tratasse, porém o que eu não esperava era que enquanto este martirio dava lugar, o Sporting decidisse comportar-se como gente grande e jogasse contra o Manchester City como se do Amarante (jogo de há dias) se tratasse.

Foi triste sabem?

Pois saí de lá a gritar mais do que era esperado.

Fosse de dor ou de alegria, ora gritava de pânico quando  se me tiravam pelos das costas á lambada, ora gritava de alegria quando o Gyokeres arrancava sem respeito por nada nem ninguém em direção à baliza adversária como se fosse um jogo normal de competição nacional.

Em suma, foi triste e espectacular ao mesmo tempo.

A mulher ria-se, porém o pior foi mesmo  enfrentar os clientes do lado de fora da sala que me ouviam a gemer com esta panóplia de emoções depois que a sessão terminou.

Conselho actual para evitar vergonha alheia:

Não tratem de estética em dias de jogo do Sporting, sobretudo se forem Sportinguistas como eu.

PS: Leiam isto como deve ser ok? Eu disse “rapavam” por trás…